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domingo, 4 de abril de 2010

TESTEMUNHO DA VISÃO QUE DEUS DEU A PIB VALENTINA FIGUEIREDO EM JOÃO PESSOA, SOBRE A CIDADE DE ALGODÃO DE JANDAIRA-PB.


Em meados de Junho de 2002 começamos a ensaiar o Coral Hachaná, o Ministério Makários de Louvor e o grupo de expressão corporal Corpo e Louvor para o aniversário da igreja, em Julho. Estava ficando tudo muito lindo e achávamos que era para a glória de Deus. Ate´que começamos a ensaiar “Eu Quero o Avivamento” e “Creio na Promessa” – este último louvor teve uma resistência muito grande porque não críamos em sonhos e visões.
Em um determinado ensaio, fomos orar para encerrar e a presença de Deus encheu aquele lugar, movendo-nos a um arrependimento coletivo que, até então, eu nunca havia presenciado. Nos prostrávamos, chorávamos, gritávamos por causa da “cirurgia” que o Senhor fazia em nossa alma, nos perdoávamos. Este ensaio geralmente acaba às 12h00, mas quando nos levantamos já passava de 14h00 e ninguém viu o tempo passar. Neste ensaio só havia jovens e adolescentes; só o ministério de louvor e de expressão corporal. O ensaio do coral aconteceu na quarta-feira e, sem ninguém falar nada e nem provocar qualquer situação, no encerramento a presença do Senhor veio do mesmo jeito e encheu aquele lugar. Tudo mudou; reconhecemos nossa vaidade com tudo o que havíamos ensaiado e a visão de adoração começava a nos alcançar. Mas isso não era o final; era somente o começo!
Na semana seguinte, veio a mim uma interpretação da canção “Eu Quero o Avivamento”, que comecei a ministrar, e, quando vimos, já estávamos todos prostrados, recebendo uma ministração de amor a missões, direto do Senhor. Os 3 grupos começaram a amar tremendamente as almas perdidas. Da forma que estávamos, faríamos qualquer coisa por amor às vidas sem Jesus. Foi neste auge do agir do Senhor que uma das irmãs do coral teve um sonho (não críamos em sonhos, lembra?). Ela sonhou que estávamos em um local fechado, louvando ao Senhor com muita alegria, e de repente Deus apareceu a ela abrindo uma das paredes e mostrando uma cidade. Ele falou: “Vocês não ficarão apenas aqui me adorando; eu os conduzirei a esta cidade.” No final, Ele disse o nome da cidade, mas a irmã, ao acordar, não se lembrava desse nome. A única palavra que vinha à sua mente era “algodão”.
Ela passou uma semana angustiada até que, não suportando mais, no ensaio seguinte chamou a mim e a outra diaconisa da igreja para compartilhar. Fiquei estarrecida com o que o Senhor estava fazendo: eram muitos preconceitos religiosos, adquiridos ao longo da vida, caindo de uma só vez. Mas Deus é tremendamente misericordioso diante da nossa ignorância espiritual e fiel em Seu amor e bondade. Aleluia! Então, eu disse a ela: “Vamos orar, orar e orar, irmã Vitória, até que o Senhor revele os seus segredos a nós.”
No dia seguinte pela manhã, enquanto eu orava em casa, irmã Vitória guerreava com o Senhor e dizia: “Deus, eu só me levanto daqui quando o Senhor me mostrar que algodão é esse ou, então, traga à minha lembrança o nome daquela cidade.” Ali ela ficou, durante muito tempo, diante do silêncio de Deus. Impaciente, ela falou novamente: “Deus, eu não estou brincando! Minha família hoje não vai comer e eu não vou trabalhar se o Senhor não me responder.” Mais um tempo passou até que ela se levantou, foi ao quarto da filha e, sem mais nem menos, começou a folhear seus livros escolares. Subitamente ela “deu de cara” com o mapa da Paraíba e, mesmo sendo um município bem pequenino, o nome que saltou aos seus olhos foi Algodão de Jandaíra.
Aleluia! Ela mal podia acreditar! Os olhos marejados de lágrimas insistiam em não ver, mas os olhos espirituais contemplavam! Enquanto isso, na casa da diaconisa que também estava orando, havia um irmão fazendo um serviço de pedreiro, e ela perguntou a ele se já tinha ouvido falar de algum lugar com o nome de Algodão. Veja o que ele respondeu: “Algodão? Algodão de Jandaíra é o lugar onde eu nasci. É pequeno, mas pense como é carente de Jesus! É idolatria pura, minha irmã.” Deus respondeu de um lado e, na mesma hora, confirmou de outro!
Passamos a visão missionária de Deus para os 3 grupos e, milagrosamente, todos começaram a amar esta cidade, que nenhum de nós conhecia ainda. É interessante ressaltar que o único mapa onde encontrávamos Algodão de Jandaíra era este, do livro escolar da filha da irmã Vitória. Além de não conhecermos ninguém na cidade, não sabíamos nem onde era (só vimos no mapa), e todos a quem perguntávamos nunca tinham ouvido falar desta cidade. Para completar, nem dinheiro para ir conhecer nós tínhamos, pois nossa igreja fica em um bairro pobre de João Pessoa e a maioria é de jovens desempregados ou senhoras com maridos não-crentes. Mas não olhamos para os obstáculos e começamos a nos mexer: cantinas, livro de ouro, doações, renúncias dos próprios irmãos. Isso nos motivava mais e mais a continuar.
Chegou a semana de irmos conhecer a cidade. Enquanto orávamos no ensaio a irmã Vitória, a mesma do sonho, teve uma visão (também não críamos em visões...): agora era da cidade e de uma menina com os cabelos desgrenhados, de short azul e blusa vermelha, andando na rua. Começamos, então, a orar pelas crianças da cidade. Chegou o sábado e fomos: eu (Simone), Vitória, o líder do ministério de louvor, Esly, e o promotor de missões, Rogério. São 3 horas e meia de viagem, sendo que 40 minutos eram numa estrada de pedras onde só se vê cactos e palmas secas por todos os lados. Ao adentrar por aquela estrada só chorávamos, porque confirmávamos que só Deus mesmo poderia nos mostrar um lugar como aquele, perdido no sertão paraibano. Enquanto você está na estradinha, você não consegue imaginar que existe uma cidade no final.
Mas existe! E não é preciso nem dizer que a cidade era igual ao sonho da irmã Vitória. Assim que chegamos a menina de short azul e blusa vermelha passou na frente do carro. A cidade é tão pequena que em menos de 5 minutos conhecemos tudo, e a mesma menina surgiu do nada e passou na frente do carro 3 vezes. Era a mais pura confirmação do Senhor! Ao sairmos do carro nós queríamos orar, mas estávamos tão estarrecidos com Deus que só conseguíamos tremer e temer. Não sabíamos nem como orar.
Nos dividimos e fomos fazer o primeiro contato com a cidade, pois a essa altura já éramos o centro das atenções. Em menos de 30 minutos já havíamos encontrado algumas pessoas desviadas do Evangelho, pois lá só existe uma única igreja, e com uma doutrina tão rígida que as pessoas aceitam Jesus mas não suportam a doutrina e voltam para o mundo. Encontramos um casal que se converteu no Rio e, ao voltar para Algodão, não se adaptaram à doutrina daquela igreja; eles já oravam há vários anos para Deus mandar um povo de Deus para aquele lugar. Quando contamos como o Senhor nos revelou tudo até o ponto de chegarmos ali, aquela senhora chorou e disse para o marido: “Zezinho, Deus ama o nosso ‘Algodãozinho’!” Durante a conversa, descobrimos que aquele senhor era presidente da Câmara dos Vereadores, e todas as autorizações de que precisávamos para levar o grupo todo ele conseguiu para nós.
A cidade está plantada no meio da seca nordestina. Para se ter uma idéia, não há uma árvore frutífera e a pouca água que se tem é da cor de caldo-de-cana. Aquelas cenas que vemos na televisão, lá se colocam como um desafio para nós ao vivo e em cores. É de partir o coração ver aquela multidão de crianças dentro de uma minúscula “casa”, sem a menor condição de higiene. Para resumir, já voltamos lá várias vezes e temos a média de 1 convertido por casa. Quando reunimos as crianças, conseguimos juntar uma média de 200, para a glória de Deus! No Natal, conseguimos levar um brinquedinho para cada uma das crianças e alguns kits de higiene pessoal. Você pode não acreditar, mas eles só faltaram brigar para ganhar 1 sabonete porque alguns nem sabiam o que era. Hoje estamos indo lá de 15 em 15 dias. Agora é tudo pela fé, na dependência exclusiva do Senhor, porque realmente não temos recursos; mas Ele, que nos escolheu para este ministério, é o dono do ouro e da prata, e isso nos faz descansar nEle.
Ana Paula, agradeço sempre a Deus por sua vida e, em especial, por ter lhe dado “Eu Quero o Avivamento” e tantos outros louvores que nos têm conduzido a uma intimidade maior com o Senhor. Minha irmã, que o nosso Papai continue lhe abençoando rica e abundantemente na liderança dessa visão de avivamento em nosso país e no mundo.

Com carinho,

Pr. Enéas Nascimento e Pra. Simone Ximenes
Rua Eduardo Félix do Nascimento, 221
Valentina 1
João Pessoa - PB
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